De acordo com a polícia, estudante de 17 anos discutiu com Júlio Cesar Barroso de Sousa e não gostou quando o professor que atuava como coordenador falou que ia transferi-lo. O menor, segundo o delegado, ainda atirou mais uma vez na vítima após cair.
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O coordenador Júlio Cesar Barroso de Sousa foi morto a tiros por um aluno da escola estadual Céu Azul em Valparaíso de Goiás — Foto: Reprodução |
Um tiro pelas costas, enquanto corria, e outra a curta distância. Foi desta forma que, segundo a polícia, o coordenador da Escola Estadual Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, Júlio Cesar Barroso de Sousa, 41 anos, foi morto por um aluno uniformizado de 17 anos dentro do colégio na tarde desta terça-feira (30). De acordo com o delegado Rafael Abrão, a escola estava cheia no momento do crime e o menor ainda não foi localizado.
Nenhum advogado havia se apresentado na delegacia até o início desta noite, como responsável pela defesa do menor. As secretarias estaduais de Educação e Segurança Pública emitiram notas informando que acompanham o caso com equipes em Vaplaraíso de Goiás. (veja as notas na íntegra abaixo)
“Ele invadiu a sala dos professores, onde a vítima estava, teve uma breve discussão entre eles, foi quando o menor sacou o revólver. O professor ainda tentou correr, ele efetuou um dos disparos nas costas, a vítima caiu e, em seguida, ele (menor) foi a curta distância e efetuou mais um disparo”, informou o titular do Grupo de Investigação de Homicídios de Valparaíso.
Antes do crime à tarde, pela manhã, o aluno e o coordenador já tinham discutido, segundo o delegado.
“Este aluno chegou a ofender verbalmente a professora e o coordenador interviu na discussão e também começou uma discussão. Foi quando o coordenador disse que ia transferi-lo de escola. Nesse momento, o aluno virou para ele e disse: ‘o senhor pode até me transferir de escola, mas você vai pagar por isso. Mais tarde esse aluno retornou para escola, já aramado, ao que tudo indica com um revólver”, relatou Rafael Abrão.
Ainda segundo o delegado estava tendo aula normal quando o crime ocorreu, o que provocou uma correia. "A escola estava cheia. O pessoal chegou a cogitar até algum tipo de atentado, porque eles escutaram os estampidos de arma de fogo”, comentou.
O delegado já iniciou as buscas pelo menor, que tem, segundo ele, antecedente por ato infracional análogo a roubo. No entanto, não haveria registro de confusões na escola, antes desta discussão com a professora, que teria o repreendido por problemas disciplinares, ainda não divulgados.
“Segundo relatos, este aluno não era um aluno problemático. Era um aluno mais quieto, mais reservado e nunca se envolveu em nenhum tipo de confusão na escola”, afirmou o titular do GIH.
Sobre como o aluno entrou armado na escola, Abrão diz que o fato dele estar uniformizado foi o que facilitou.
“Nós acreditamos que ele teria livre acesso à escola, inclusive ele estava com o uniforme da escola, então por isso ele entrou. É um aluno que já estuda há bastante tempo na escola, então ele tinha livre acesso ao local”, relatou o delegado.
A família do aluno moraria a quatro quadras da escola, onde a polícia já fez buscas por ele. Até por volta das 20h30 desta terça ainda não havia informação sobre os horários e locais do velório e sepultamento.
De acordo com informações, Júlio César era casado e deixa dois filhos pequenos de 4 e 6 anos.
Nota da Seduc
"A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) lamenta a morte do professor Júlio Barroso, coordenador de turno do Colégio Estadual Céu Azul, de Valparaíso de Goiás. Com imenso pesar, informa que o professor Júlio foi baleado por L. R. L., de 17 anos, aluno da escola. O Serviço de Saúde (Samu) foi acionado, mas, infelizmente, o professor morreu ainda na unidade escolar. Também foram acionadas a Polícia Militar e a Policia Civil, a cargo de quem correm as investigações.
A Seduc acompanha o ocorrido e está com equipes no local para prestar o apoio à comunidade escolar neste momento de tristeza e perplexidade. Também, com o mesmo propósito, será deslocada à cidade de Valparaíso uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, assistente social e integrantes da Superintendência de Segurança Escolar da Seduc. A Seduc reitera que tem feito todos os esforços no sentido de contribuir para a cultura da paz".
Nota da SSP-GO
"A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informa que todas as forças policiais já estão atuando para apreender o adolescente suspeito da morte do professor Júlio César Barroso de Sousa, em Valparaíso de Goiás. As investigações estão sob a responsabilidade da Polícia Civil.
G1-GO